Para minha surpresa, e talvez de muitos, estava verificando estudos epidemiológicos e me deparei com uma revisão do The Cochrane Database of Systematic Reviews (1) de 3 meses atrás. Falava sobre um fármaco conhecido por everolimo. Trata-se de um imunossupressor que atua inibindo o alvo da rapamicina nos mamíferos. E a conclusão dos autores foi que o uso continuado de tal medicamento reduz consideravelmente o tamanho do astrocitoma subependimário de células gigantes. Esse nada mais é que um tumor cerebral que ocorre em 5 a 20% dos casos de esclerose tuberosa. Essa é uma patologia hereditária que causa o surgimento de inúmeros tumores benignos espalhados pelo corpo. Clinicamente, pode apresentar-se com convulsões, retardo mental e acometimento cutâneo. Fato é que o tratamento há anos preconizado para tal lesão era a cirurgia. E, hoje em dia, mais de um estudo afirma categoricamente vantagens na terapia com everolimo (2, 3, 4), não só no volume da lesão, mas também no controle das crises convulsivas e melhora da qualidade de vida. Infelizmente, esse fármaco ainda não é disponibilizado pelo SUS. O CONITEC o avaliou em 2012 e concluiu tratar-se de péssimo custo benefício. Com o surgimento de novos estudos cimentados na real ciência, o órgão deveria rever sua posição.
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