Conhecemos os probióticos através dos famosos leites fermentados. Aqueles potinhos pequenos, com lactobacilos vivos, com um gosto meio azedo, recomendados para regularizar a flora intestinal. Todavia, tais compostos são capazes de atuar agudamente em outros órgãos, mesmo que tais efeitos não sejam constantemente difundidos ou clinicamente verificáveis. Inclusive, tenho visto, ultimamente, opiniões de ditos experts, embasadas em estudos observacionais, que afirmam que tais alimentos não possuem atividades nobres no corpo humano. Entretanto, dois ensaios clínicos randomizados, um de setembro e outro de novembro ambos de 2016, provam que muitos especialistas falam mais do que o necessário, ou deveriam, ao menos, conhecer um pouco mais de epidemiologia. A primeira pesquisa evidenciou que o uso corriqueiro de probióticos atua favoravelmente em pacientes com esclerose múltipla. Dos indivíduos que sofreram intervenção, houve melhora considerável dos parâmetros de saúde mental, fatores inflamatórios e marcadores de resistência insulinêmica. A segunda, foi enfática em afirmar que tais alimentos possuem efeito positivo na questão cognitiva na Doença de Alzheimer. Trata-se, indubitavelmente, de um suplemento alimentar com um efeito muito mais difuso do que o imaginado. O intestino mantém uma íntima conexão com o cérebro realizada por inúmeros neurotransmissores. Se essa invisível ponte sofrer a interferência de substâncias perniciosas, o funcionamento de ambos os órgãos será negativamente afetado. Portanto, é indispensável manter, somente, uma permeabilidade intestinal seletiva para elementos saudáveis. É nesse ponto que os probióticos atuam. Eles regularizam tal absortividade dificultando que substâncias tóxicas atrapalhem a ponte encéfalo-intestino. Desse maneira, usufruir de um saboroso alimento pode estar colaborando com a saúde de seus neurônios.
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