A melatonina foi durante décadas um hormônio esquecido. Produzida pela pineal, uma glândula localizada nas profundezas do cérebro, tem a responsabilidade de regular o ritmo circadiano das reações orgânicas. Assim, ao anoitecer, o encéfalo passa a secretar tal substância, iniciando diversos processos de relevante importância para o nosso corpo. Atualmente, inúmeras terapias utilizam como base a prescrição de tal composto. E a grande maioria visa, exclusivamente, os comuns distúrbios do sono. Portanto, é de suma relevância avaliar e entender o que a ciência destaca a respeito desse mais novo astro dos receituários médicos.
O sono é dividido, basicamente, em duas etapas : o sono REM e o sono não REM. Em uma pessoa normal, ambos intercalam-se várias vezes durante uma noite. REM significa movimentos rápidos dos olhos (rapid eye movement). Nesse período, a atividade cerebral encontra-se mais rápida. Os olhos movem-se com velocidade e os sonhos acontecem. Serve como um anteparo para a fixação da memória. Caso seja interrompido, a próxima etapa do sono não acontece de modo convencional, prejudicando o desenrolar do necesário descanso noturno. Um recém nascido passa durante muito mais tempo em sono REM do que uma pessoa idosa. Já o sono não REM é dividido em várias etapas sendo caracterizado por ondas mais lentas, sem sobressaltos orgânicos.
Dentro desse contexto, a melatonina vem sendo largamente utilizada com o intuito de promover uma melhor qualidade do sono. Estudos destacam que seu uso é capaz de reduzir repetidos despertares durante a noite, melhora o tempo total e a qualidade do indispensável descanso, prolonga a fase REM e abrevia o ansioso momento que antecede o adormecer (1, 2, 3, 5). Portanto, trata-se de uma terapia muito respaldada por ensaios randomizados para auxiliar pacientes com distúrbios do sono (4). Muitas vezes, o médico vê-se diante de determinada situação em que não deseja instruir o uso de fármacos passíveis de dependência. Dessa forma, a melatonina vem ocupando um espaço disponível, como auxiliar e viável alternativa nessas indecisas circunstâncias.
Dose recomendada : 2mg 1 a 2 horas antes de dormir e depois de comer.
Duração do tratamento : em média 13 semanas.
Nome comercial : Circadin
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