A vacinação é fundamental, segundo os órgãos reguladores de nossa saúde. Aliás, manter tal calendário atualizado é condição si ne qua non para várias atividades, tais como adentrar em certos países ou territórios e frequentar a escola primária. Fato é que existem alguns relatos sobre graves efeitos adversos neurológicos e comportamentais gerados pelas mais diversas vacinas. O principal questionamento e temor dos pais é sobre a ocorrência do distúrbio de espectro autista. Será que tal desestabilizadora situação possui algum vínculo com programas que visam a prevenção das mais variadas patologias? Antes de mais nada é de fundamental importância dividir as vacinas em dois grupos. Isso será relevante visto que somente dois elementos podem estar associados a injúrias cerebrais. Assim, destaco as vacinas tríplice viral (MMR) e as possuidoras de timerosal. Essa última substância refere-se ao etil mercúrio, muito utilizado como aditivo para terapias biológicas. Está presente, basicamente, nas imunizações para difteria, tétano e pertusis (DTP), influenza e hepatite B (4). A literatura disponível, onde inclui-se uma meta-análise feita pelo The Cochrane Database of Systematic Reviews (2), é uniforme em afirmar que não existe qualquer relação entre as vacinas acima citadas com o desenvolvimento de autismo (1, 2, 3, 4). Portanto, trata-se da mais pura especulação sem sustentáculo na ciência disponível. Questionar sobre outros efeitos adversos pode até ser atitude válida. Todavia, associar o autismo com tais proteções não é conduta profícua e vantajosa.
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