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Foto do escritorRafael Oliveira

Modernas terapias na Doença de Parkinson



Entendo que os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas deveriam orientar de forma concisa, objetiva e prática como manejar determinada doença. Todavia, muitos desses guias são mal concebidos, confusos e não dinamizam a prática médica. Em outras palavras, gasta-se tempo e dinheiro e dificulta-se a realização de uma boa medicina para os usuários do SUS. O protocolo para o tratamento da Doença de Parkinson é extremamente limitado, conflituoso e desorganizado. O texto é nebuloso, mal escrito e não torna objetivo a terapia medicamentosa dessa comum patologia. Portanto, imprestável para o que propõe-se. Perante tais fatos, resolvi facilitar o manejo de tal injúria neurológica.

Ainda não existem drogas capazes de interromper, reverter ou impedir a progressão dessa doença. No entanto, o arsenal disponível efetiva bom controle sintomatológico e e desempenha efeito neuroprotetor. Não existem dúvidas de que a levodopa é o melhor fármaco para tal patologia (1). Todavia, seu uso crônico pode resultar em efeitos adversos tais como discinesias, flutuações motoras (fenômeno on-off) e deterioração de final da dose (fenômeno wearing off) o que pode comprometer e limitar o seu uso. Dessa maneira, tenta-se evitar a instituição de tal medicamento pelo maior tempo possível (exceção para maiores de 70 anos), com o objetivo de preservar suas fantásticas funções e proporcionar uma melhor qualidade de vida por mais tempo para o doente.

Para os pacientes acima de 70 anos de idade a levodopa é o medicamento de primeira linha. Isso deve-se ao fato desses indivíduos estarem mais propensos a efeitos adversos vinculados a outros fármacos tais como confusão mental, sedação e psicose. Associada a carbidopa na proporção 200/25mg a dose inicial é de meio comprimido duas vezes ao dia. Com a benserazida na apresentação 200/50mg deve-se começar com meio comprimido duas vezes ao dia. O ajuste sintomático varia conforme cada paciente.

Para indivíduos com menos de 70 anos o arsenal terapêutico é muito mais florido. Como, geralmente, o diagnóstico é obtido com leve sintomatologia, recomenda-se, nesses casos, iniciar o tratamento com um agonista da dopamina. Entre esses destaque para o pramipexol e o ropinirol (3, 4). Caso haja falha terapêutica pode-se associar um fármaco anti-colinérgico (triexifenidil), um inibidor da mono-aminoxidase (selegilina ou rasigilina) (2) ou um anti-glutaminérgico (amantadina). Se o paciente não suportar os efeitos adversos ou a clinica não for controlada o tratamento com levodopa deve ser considerado. A essa droga também podem ser associados outros fármacos para dominar sintomas especificios. Na presença de tremor residual costuma-se prescrever um anti-colinérgico (triexifenidil). Para reduzir a ocorrência do fenômeno on-off o entacapone e o tolcapone são boas alternativas. Atentar para a função hepática nesses casos. Alguns especialistas utilizam a amantadina para situações associadas de discinesia. Todavia, ensaios randomizados discordam dessa indicação afirmando não haver evidências que sustentem tal uso. Vale relembrar que se há déficit cognitivo a levodopa é a primeira opção em qualquer circunstância. Portanto, pode-se observar que a terapia para Doença de Parkinson é muito complexa e deve ser individualizada para a obtenção de maior êxito.



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