O Mini Exame do Estado Mental (MEEM) ou teste de Folstein (1, 2) é uma avaliação largamente utilizada para verificar possíveis quadros demenciais de forma rápida, objetiva e enxuta. Devido a sua fácil aplicação é muito empregado em consultórios médicos. Obviamente, o diagnóstico não deve restringir-se a essa pequena análise. Todavia, seus resultados podem orientar condutas mais especializadas ou colocar sob inspeção mais rígida um paciente com quadro clínico muito sugestivo.
De modo geral, o MEEM divide-se em duas etapas. A primeira procura avaliar a orientação, memória e atenção. Soma, no total, 21 pontos. A segunda analisa habilidades específicas como nomeação e compreensão. Seu resultado máximo é 9 pontos. As duas fases somam 30 pontos. Quanto maior a pontuação de um paciente, melhor seu desempenho cognitivo. Um problema de tal exame e que, muitas vezes, gera críticas agudas é a necessária adaptação do resultado ao grau de escolaridade do individuo. Uma pessoa mais letrada deverá, necessariamente, alcançar patamares mais elevados. Desse modo, é indispensável moldar-se os pontos obtidos com os anos de efetiva escolaridade do paciente.
Na prática, aplica-se o teste à pessoa com suspeita de quadro demencial. Considera-se como normal o paciente que alcança mais de 25 pontos. Suspeita-se de perda cognitiva leve quando o escore está entre 21 e 24 pontos, moderada, entre 10 e 20 e grave menor ou igual a 9. Após, agrega-se a escolaridade. Para indivíduos altamente alfabetizados desconfia-se de uma possível demência se a pontuação for menor que 24 (3). Para pessoas com ensino fundamental a suspeita deve ser aguçada se o resultado for menor que 18. E para analfabetos, inferior a 14. Portanto, é indispensável um ajuste que torne os números mais fidedignos e sustente uma investigação mais detalhada. Geralmente, pacientes com Doença de Alzheimer confirmada posteriormente por investigação complementar encontram dificuldades em responder os questionamentos sobre orientação.
Apesar de do MEEM tratar-se de um teste com certas limitações, em âmbito ambulatorial pode ser um útil aliado no screening de quadros demenciais.