A evolução médica é constante e impressionantemente veloz. Novos materiais e técnicas diagnósticas modernas surgem a cada dia e nossa tendência é aceita-las mesmo sem avalia-las da forma mais adequada. O novo, apesar de caro, deve ser melhor. Será mesmo?
É muito comum em procedimentos neurocirúrgicos o uso de placas crânio maxilo faciais. Elas servem para um fechamento mais hermético e esteticamente adequado do osso após a retirada de parte da calota craniana. Até pouco tempo atrás, o material feito de titânio era a única modalidade disponível. Fato é que hoje em dia placas absorvíveis compostas por polímeros biodegradáveis têm sido rotineiramente solicitados por cirurgiões para executar seus procedimentos. A justificativa ganha forma na suposta menor taxa de intervenções, de complicações e melhor resultado estético. Embora haja uma tendência para o modernidade, o que os estudos mais gabaritados falam sobre o tema?
Poucos ensaios clínicos randomizados sobre o assunto foram delineados. Um estudo de 2013 com 230 participantes comparou o uso de placas reabsorvíveis com o tradicional material feito de titânio em cirurgias crânio maxilo faciais. Ambos os grupos apresentaram semelhante resultado pós operatório tanto em número de reintervenções quanto em manutenção da funcionalidade (1). Um outro ensaio randomizado de 2017 foi mais enfático em suas conclusões. Seus desfechos afirmaram que em cirurgias crânio maxilo faciais o uso de material absorvível apresentou resultados pós operatórios inferiores quando comparado a sistemas metálicos de titânio (2). Portanto, frente a pouca literatura disponível, podemos concluir que as antigas placas metálicas seguem tendo indicação frente as modernas placas de polímeros. Além dos resultados cirúrgicos não destoarem na prática, o custo inferior é outro fator bem atrativo.